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sábado, 10 de novembro de 2012

Milton Nascimento * Aniversario de 70 anos - historias ineditas


Milton Nascimento - 70 anos
Milton Nascimento conta sua história no quadro "O Que Vi Da Vida", do "Fantástico" (11/11/2012) http://televisao.uol.com.br/noticias/redacao/2012/11/09/se-nao-fossem-eles-acho-que-nem-estaria-aqui-diz-milton-nascimento-sobre-seus-pais-adotivos.htm 
Aos 70 anos de idade e com 50 anos de carreira, o cantor Milton Nascimento conta sua história no quadro “O Que Vi Da Vida”, no “Fantástico” deste domingo (11). Milton lembra como foi sua infância e o início de sua relação com a música. ……..Milton, um dos mais importantes cantores e compositores da MPB, lembra que odiou o primeiro festival de música que acompanhou na juventude, seus primeiros Festivais que o tornaram conhecido do grande publico e seu amor incondicional pela amiga Elis Regina.

*  O mesmo respeito com o talento de Elis que Milton mostra, sempre teve tambem com tantos outros grandes artistas que participaram com ele de gravacoes, shows e encontros musicais. Lo e Marcio Borges, Beto Guedes, Toninho Horta, Som Imaginario (Wagner Tiso, Roberto Silva, Fredera, Ze Rodrix, Luiz Alves, Tavito e o percussionista Nana Vasconcelos), Tavinho Moura, Flavio Venturini/Vermelho/14 Bis (foi productor musical do 1.o trabalho da banda (foto), etc…. Recentemente na festa de seu aniversario no Rio (fotos), com a presença de praticamente todos grsndes artistas da música  brasileiro, cedeu generosamente espaço para dois jovens e ja consagrados talentos, Gabriel Guedes (filho de Beto) e Rodrigo Borges (sobrinho de Lo e Marcio)..

Nem precisamos enfatizar o quanto Milton é admirado e admira musicos do mundo inteiro: Native Dancer, gravado com Wayne Shortes é um maravilhoso trabalho seu. Pat Matheney, James Taylor, Sting e muitos outros artistas de pop/rock/jazz ja declararam sua enorme admira Cao pela sua voz e sua música. E até a grande Sarah Vaughan, um dos icones do jazz, gravou com ele algumas faixas no Rio, ha decadas atrás. Como na mesma epoca estavamos presentando o show A Pagina do Relampago... de Beto Guedes, (Vermelho,dFlavio, Hely, Eduardo e o propio Beto) Milton apareceu numa noite do show junto com Sarah Vaughan e cantaram junto dos Beatles, acompanhados por nós. Um improviso vocal inesquecivel para os que assistiram e que mostra nao so o talento deste grande artista, como sua capacidade de juntar em redor de si pessoas de talento e, acima de tudo ser coerente com sua cancao Os bailes da Vida: todo artista tem de ir aondesua o povo está. Isto é um ponto chave para se compreender o merecido sucesso deste artista tao querida. Longa vida Bituca, felicidades!


quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Vitoria de Obama #um dia de festa e harmonia


                                   (Barack Obama comemora sua reeleição num abraço carinho em sua mulher)

Certamente, grande maioria dos brasileirosgostou da vitoria de Barack Obama, reeleito Presidente dos Estados Unidos da América,  (ainda) mais poderosa nacao do mundo, Exemplo de uma democracia que funciona sem casuismos, golpes de Estado, onde mandatos sempre foram de 4 anos e onde criminosos e/ou corruptos, quando pegos, pagam o que devem e vão pra  cadeia. E Lei funciona, Judiciario é em geral bem firme e independente. Enfim, um exemplo de democracia verdadeira para o mundo - mesmo que eles, muitas vezes se "esqueçam" de que outros paises têm tb direito a seguir seu proprio destino, etc.. Mas vamos nos ater ao  que de melhor podem nos ensinar: são um país que, alem do dito acima,   smpre souberam valorizar a livre iniciativa, o Ensino, Ciencias, Artes, Musica, e todas as formas de pensamento livre - dizendo de maneira geral.
Um país que, mesmo com a forte influencia puritana em suas origens colonizadoras, foi
fundamental nas mudancas de costumes, desde o blues, jazz, rocknroll e, assimilando o que veio com os Beatles, passando por Woodstock, culturas e espiritualidades alternativas, etc… Tudo isto unindo a forte tradiçao europeia com a diversidade artistica de outros povos, principalmente, no caso da música, como todos sabem, dos povos da Africa - que, assim como no Brasil, para la foram como escravos.                  Se notarmos a proximidade do blues com o choro, do jazz com a bossa nova, de nossa verdadera música sertaneja com o country, musicalmente tanto nós como eles, fizemos uma belissima orquestração de harmonias e ritmos diversos…. So que, ao contrario deles, a Musica em nosso país nunca foi muito valorizada como forma de conhecimento, cultura e convivio social  (a nao ser talvez no Barroco Mineiro e nos movimentos de bossa nova, tropicalísmo, clubes da esquina e rock brasileiro do inicio dos anos 80).
Temos boas orquestras (so como exemplo, a Sinfonica de Sao Paulo, a Filarmonida de Minas Gerais, e na camada Musica Antiga, os excelentes Conjunto de Musica Antiga da UFF e o Cantus Firmus, de Santa Catarina).. Mas raramente estes ultimos, assim como tantos outros, incluindo nossas queridas Bandas de Música, raramente recebem dos governantes ou da iniciativa privada o apoio que merecem. Que merecemos todos! O brasileiro é um povo extremamente musical (note-se  o sucesso de tantos shows de artistas estrangeiros, que nao se cansam  de enfatizar o entusiasmo com o publico aquí) e certamente a Musica poderia contribuir em muito nao so como lazer e  diversao, mas tambem como educacão, cultura, harmonia entre as pessoas - o que pode ate contribuir para diminuir a violencia que cada vez mais no assusta, ao trazer para os jovens outras maneiras de se expressarem e se comunicar com os outros.
Pois como dizia Arthur da Távola, “quem tem Musica, tem vida interior”.

Antes que venham me apontar como defensor de capitalismo  nas artes, esportes, etc, vai lá: se Cuba sempre leva dezenas de medalhas de ouro em jogos olimpicos pan-americanos, Olimpiadas, etc..  a       Russia tem das melhores orquestra do mundo: gravam até para Hollywood, numa admiravel relacao custo/beneficio. Enfim, politicas economicas sao importantes, mas para a felicidade, razao maior de nossa vida, existem tambem outras coisa importantes. A harmonia, na Música e na Vida, é uma delas.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

MMXII - 2013 - 14 ! Bis


Tempos atrás,  volta e meia a imprensa e midia em geral, falavam sobre a PROFECIAS MAIAS - segundo as quais  o mundo iria se acabar num. dia de dezembro de 2012. Os estudioso afirmam que isto é discutivel, mas é certo que era aí que acabava o Calendario maia. A a otima charge (abaixo)  foi tirada da pagina  ESCRACHO’’s Photo no Facebook (dica do Flavio Venturini).


Bem, ja que falamos no Flavio (Venturini), grande  amigo e musico que comigo fundou o 14 Bis - e esse papo dos maias parede que ficou adiado, pelo menos até depois das eleicoes in USA, das biometrías do mensalao, dos estádios para a Copa, etc etc, entao vamos la!  Acreditando que este ano que vem nossa música brasileiro volte a ter e mostrar a qualidade que sempre teve. Trecho de um depoimento que escrevi para o Arte Vital (*):

"Fica para 2013 a gravação e, posteriormente, lançamento do DVD/CD 14 Bis com o Flavio Venturini (integrante e um dos fundadores da banda, Flávio Venturini) Segundo Vermelho, tecladista, arranjador e compositor dos principais sucessos do 14 Bis: " ....
a gente esta' em fase de planejar o proximo ano, incluindo, claro o DVD 14 Bis com Flavio Venturini. Ja temos varias musicas ensaiadas, fizemos shows juntos em Recife, Belo Horizonte e Sao Paulo e basicamente ja temos o repertorio escolhido: muitas musicas chmadas Lado B (cancoes que nao fizeram tanto sucesso, mas que nosso publico sempre pede que toquemos). Entre elas, Nova Manhã, Passeio pelo Interior, Carrossel, Perdido em Abbey Road, Viola e Mel, Adoraveis criaturas e muitas outras. E, claro, algumas releituras com arranjos bem diferentes e musicas ineditas. A idéia é nao so gravar um DVD/CD de alta qualidade, como tambem fazer uma excursao pelas principais cidades do país. Requer planejamento das agendas de Flavio e do 14 Bis, alem, claro, de captacao de  patrocinio, coisa um pouco demorada às vezes, num país que nao prioriza tanto a Musica e Cultura. Mas certamente vamos conseugir, tem muita gente que está consciente de que ísto aí é de importancia fundamental para a harmonia social, pois toca a sensibilidade das pessoas de maneira unica. E mensagens que falem de Planetas e Sonhos e Lindas Juventudes, relembrando Abbey Road, sonhando o futuro, carrosseis, passeios pelo interior, etc... sao muito mais saudaveis do que tantas pretensas "musicas" de suce$$o com mensagens de tremendo mau gosto e que incitam muitas vezes à banalizacao da violencia, ao emburrecimento sem trazer uma diversao sadia, acompanhada de esperança por dias melhores. E acreditando em nosso publico fiel e no poder cada vez maior de midias alternativas (iTunes, FBooks, bloggers, youtube, sites e jornais virtuais como os excelentes *) Arte Vital, assim como o Via Fanzine. Nos deixam com a certeza de que podemos ter esperan’ça  de que nossa música nao ficará por muito tempo engessada na camisa de forca das gravadoras miopes e midia tendenciosa e obtusa de um lado (presas apenas ao consumismo inmediato ou sabe-se la o que...) e, por outro, da pirataria e gatunagem generalizada de direitos autorais do outro, cercados de ranço cartorial e falta de leis atuais e à altura de nossa era.  Nao podemos esperar de autoridades que nem de cuidarem dos interesses mais primarios do pais, saude, educação, seguranca e , antes de tudo, probidade, ou seja, honestidade para com o dinheiro pago pela populacao ao trabalho que eles ja recebem por fazer, mas que se locupletam disso… Vamos esperar que se preocupem com essa coisa chamada Cultura, Arte, Musica, que muitos deles desconhecem e alguns até têm orgulho de nao conhecer... Deixa pra la...
. O Planeta Sonho Imagine que  é  possivel!

Entao, ano que vem, antes do DVD juntos, tanto nós como Flavio, devemos cada um lançar um CD individual.  Ainda nao conversamos muito a respeito mas, provelmente, devemos gravar algums releituras de musicas nossas, ao lado de outros compositores, como Beto Guedes, por ex. e tambem cancoes ineditas, ainda mais que Claudio e Vermelho, junto com Hely e Magrao,  estao ja com algumas cancoes sendo finalizadas. E os shows da banda continuam!

Temos certeza de que, 2013 é o ano do 14! 


sábado, 3 de novembro de 2012

Viagem nos anos '60 ...#


Divertida e bem escrito panorama de como eram os anos '60 - valido tanto para os que v epoca como para a maioria, que apenas ouvem falar, atraves de seus pais (ou ate avos) saudosos de uma década onde o mundo se tornou um 'aldeia global' (termo da época), ainda mais com o advento de celulares, internet etc...Fiz um resumo aqui, ainda meio longo, do excelente texto do Frederico Mendes, (a quem agradecemos de coraçao) escrito em 2004:
http://www.flickr.com/photos/frederico_mendes/63985139/  Lá vao  encontrar  completo este depoimento, que conheci  atraves de meu amigo e irmao em musica, Flavio (Venturini) que compartilhou comigo grande parte do tempo nesta decada tao importante em nossas vidas - nos conhecemos fazendo serviço militar, nos tornamos amigos e parceiros em musica e na vida. Anos depois foramariamos a base da banda  14 Bis.
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Conheço muitos jovens com saudades dos anos 60, tão idealizados e imaginados através do cinema, livros ou relatos dos pais.  Para eles seria uma época mítica e lendária, os anos rebeldes. Também tenho saudades, mas não era bem assim...
Não havia internet, Google, fax, celular e muito menos TV a cabo. Os quatro canais existentes começavam a funcionar ao meio-dia e encerravam a programação lá pela uma da manhã. E depois só ficava na tela um desenho estranho e estático nos dando boa noite até o final da manhã.
Tínhamos que ir à biblioteca para fazermos pesquisas de colégio. Os discos, que eram chamados de "long-plays", de no máximo 32 minutos eram virados para poder tocar o lado B. Não havia controle remoto e nem telefone sem fio.
Os telefones, assim como os táxis, eram sempre negros e muito pesados, com exceção dos telefones de quartos de madames (ou madames de Hollywood) que eram quase sempre brancos.
Telefone no Brasil sempre foi um problema. Custava caro e só poucos tinham em casa, tal qual as televisões que eram raras, caras e poucos no prédio tinham essa novidade. Éramos quase todos, não telespectadores, mas tele-vizinhos.
Para fazer uma ligação telefônica tinhamos que esperar o telefone "dar linha".
Não havia DDI e uma ligação internacional demorava mais de quatro horas para ser feita pela telefonista. Quando a ligação se completava, nem sempre sabíamos mais do que queríamos falar ou então aquela paixão monumental já tinha virado um simples "flêrte".
Computadores, só os bancos tinham. Gigantescos, ocupavam andares inteiros e só eram compreendidos por especialistas que possuíam curso universitário sobre o assunto.
Dentista doía, e doía muito! O motorzinho lento fazia um barulho infernal e trepidava muito....
Em compensação a música era muito melhor! John Lennon, Jim Morrison, Janis Joplin e Jimi Hendrix, todos os jotas ainda estavam ativos. Muito doidos, mais pra lá do que pra cá, mas vivos. Bob Dylan não era o fanático religioso de hoje e influenciava toda uma geração de "quero-ser-poeta".                                                Uma calça Levis 501 custava o equivalente a US$ 3,00 no Mercadinho Azul de Copacabana, paraíso dos importados contrabandeados por aeromoças da finada Panair do Brasil. O perfume Lancaster vinha da Argentina e todos nós, rapazes da Zona Sul usávamos.O cheiro deste perfume nas festas concorridas era massacrante para as narinas mais sensíveis. Do Paraguai só chegava uísque falsificado, isto é, nacional legítimo Made in Assuncion. As camisas eram de Ban-lon, ou de malha com psicodélicos jacarezinhos verdes. E não é que a Lacoste voltou à moda?
A Brigitte Bardot, a Sophia Loren  e Claudia Cardinale ainda eram umas gatas (essas duas italianas continuam bonitas) e contávamos pin-ups pulando a cerca até cairmos no sono, nossos "wet dreams" noturnos.
A Sonia Braga, linda aos 18 anos, tirava a roupa (nuínha em pelo!) todas a noites na peça Hair. Meninos, eu vi! Aliás, eu ia em quase todas as noites porque era amigo do elenco e tinha passe livre. E o Wilker era só um ótimo ator meio estranho e ruivo.  As mulheres bonitas tinham "it". Nós, garotos, éramos divididos entre os pães e os muquiranas, ou bonitos e feiosos.  Alain Delon era um “pão” , amado pelas meninas, imitado pelos garotos, e era par constante da bela Romy Schneider em filmes (foto) e na vida real.
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Os discos e filmes dos Beatles dos Stones (foto) demoravam meses para serem lançados aqui. Mas quando chegavam eram uma festa, festa mesmo com todo mundo dançando twist e yê-yê-yê. As meninas alisavam o cabelo com ferro de passar roupa e só gostavam de garotos de cabelos lisos. Os meninos de cabelos mais rebeldes dormiam com ridículas toucas na cabeça feitas com meias de seda surrupiadas da mãe ou da irmã. E sempre acordávamos com uma marca na testa que só saía da cara da gente lá pela hora do recreio.
Isto até 1966, quando surgiram os primeiros hippies e seus longos cabelos encaracolados.
E foi aí, com os meus rebeldes cachos que arrumei a minha primeira namorada, época mais ou menos dessa foto aí de cima.
As câmeras eram analógicas, manuais e muito mocorongas. Photoshop era apenas uma tradução para loja de fotografias, para quem estudava no IBEU ou para quem tinha feito American Fields, isto é, cursado a high school nos cafundós do centro-oeste americano.
Outra coisa interessante era que dávamos festas onde a grande atração era um imenso gravador de rolo onde brincávamos de gravar as nossas vozes dizendo bobagens, poesias e outras bobagens. "Poxa, minha voz é assim mesmo?" é verdade, a gente ainda não se conhecia tanto. E psicanálise ainda era considerada coisa de maluco. Só em 1968 que a análise entrou na moda. E também surgiram as primeiras fitas cassete. Lembro de ouvir o Album Branco dos Beatles em uma dessas estranhas novidades. E de achar inovador e genial uma capa toda branca e branca ainda por cima e por baixo.
Aliás, genial era o adjetivo da moda. Tudo era geniaaaal! Menos os filmes do Julio Bressane que passavam no Cine Payssandú. Eram loooongos e chaaaatos...
Havia festivais de bossa nova nos ginásios e auditórios onde cantavam jovens promissores, tipo um garoto tímido chamado Francisco Buarque de Holanda, e mais Eduardo Lobo, Nara Leão, ou uns coroas metidos a garotões como Tom Jobim, Carlos Lyra, Roberto Menescal e Vinícius de Morais. Todos geniaaais!
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A juventude era uma doença que se curava com o tempo.
Até que, no começo de 1964, a Beatlemania explodiu no mundo e tudo começou a mudar. Pela primeira vez na história, jovens começavam a formar opiniões e a mudar o comportamento vigente da sociedade careta de então.
Descobríamos a liberdade. Que não era só um jeans azul e desbotado do anúncio da US Top.
Liberdade,liberdade que (ainda que tarde ou "aqui será também" ) ainda abria suas asas sobre nós!
Ela era real e para sempre. Assim, pelo menos pensávamos.
Mal sabíamos que em 1º de Abril de 1964, o dia da mentira, um golpe militar de direita iria mergulhar o país na mais longa noite, na pior escuridão, no caos e no medo.  Uma noite que durou 21 anos.
Nesta longa e vazia noite, amigos desapareciam, como que encantados por um bruxo mau, para sempre. No que parecia ser uma escuridão eterna, havia uma tênue esperança de luz no fim do túnel. Alguns, mais pessimistas, diziam que era um trem na contramão...
Pichávamos paredes com palavras de ordem contra os militares. Passeávamos em passeatas, no centro da cidade, que sempre acabavam, em grossa pancadaria, repressão das "otoridades" e muitas prisões. E beijos entre os sobreviventes, livres, leves e até então soltos.
Mas a gente era feliz. E sabia disso, mesmo quando vivíamos na fossa. Que, aliás, eram volúveis e voláteis e sujeitas a dias de praia e sol e noites de chuva ou lua cheia.
Acreditávamos no amor eterno, mas não achávamos que veríamos o século XXI. E 2001, além de ser um grande enigmático filme (para os reles mortais e burgueses que não entendiam bulhufas), era uma data abstrata e distante.
Nos saudávamos uns aos outros com um simples:
"Paz e amor".
Acreditávamos nisso.
Continuo acreditando...

Frederico Mendes, abril 2004.


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Musica, Amor e momentos belos que se perpetuam # 2 de novembro - 2012


Neste dia onde nos lembramos de tantas pessoas queridas que se foram, me veio à memoria as inumeras  coisas boas recebemos deles e que permanecem conosco, mesmo que num. Universo paralelo…Me lembrei de meu PAI,  homem simples e sabio, que era tambem maestro e compositor. *)Na foto ao lado: brinco de tocar BOMBARDINO, instrumento tipico de banda de musica, no qual meu pai, Sebastiao Moreira era um renomado virtuose. Gravamos, em 2010 um  CD, “Um  Dia de Banda “ - www.umdiadebanda.art.br - com músicas dele e de outros mestres da música mineira.; foi ele meu mais importante mestre em música. Depois tive outros mestres, que tambem ja se foram, como Kollreutter, Smetak, Widmer, Rogerio Dupr at e tantos outros que tanto nos ensinaram em Música e  Vida.
E me lembrei do quanto a arte, o conhecimento e a música sao valores atemperais, coisas vivas que trazemos sempre conosco e com que interagimos, transformando-os sempre e acrescentando nosso conhecimento atual, mantendo-as sempre renovadas e, no caso da música, construindo parcerias.
Sempre foi assim na Historia da Musica: Bach, por ex.,  aprendeu muito com obras de Vivaldi, Albinoni, Corelli e outros musicos: tranpôs para orgao ou cravo obras destes grande mestres. Por outro lado, aconteceu o mesmo de maneira inversa: a abrangencia maravillosa de sua música fez com que atraves dos tempos, outros musicos somassem seu talento ao desse Genio, em forma de parcerias inesperadas e inesqueciveis.
Por ex.: o musico frances Charles Gounod acrescentou, quase 150 anos depois, uma melodia ao  Prelúdio n. 1 do Cravo Bem Temperado, surgindo aí a bela  Ave Maria (Bach-Gounod). Sem falar nos incontaveis temas de Bach que receberam fantasticas orquestracoes de Schonberg, Mahler, Webern eStokowsky, alem de seus temas terem sido desenvolvidos por musicos de Mozart a Schumann, de Max Reger a Villa Lobos ou musicos de jazz ou de choro, sempre em memoraveis parcerias atraves dos tempos.
O que é bom, na verdade, nunca morre.

A melodia “Jesus, alegria dos homens”, tirada de uma de suas cantatas se tornou uma das músicas mais gravadas, com diversos arranjos, de todos os tempos. E, mais recentemente, uma bela e inusitada parceria: "Céu de Santo Amaro"(Flavio Venturini-Bach), musica que ficou mais conhecida ainda por ter sido tema de novela de sucesso. A bela  melodia de Bach (teria sido provavelmente, parte de um Concerto para Oboe - ou para teclados, ou ate violino, segundo outros) recebeu versos de Flavio Venturini, que em primorosa interpretacao a tornou uma cancao inesquecivel.
De maneira bem mais modesta, sempre gostei de trabalhar em parceria. Alguma musicas com Beto Guedes, Lo Borges, Claudio Venturini, mas, principalmente com Flavio Venturini: juntos fizemos musicas que atravessam decadas como sucesso inclusive para as geracos mais jovens: Planeta Sonho, Uma velha cancao rock'n'roll, Nova Manha, Passeio pelo interior e Nave de Prata, p. ex. Algumas delas em parceria com grandes poetas-letristas como Marcio Borges. Poesia, musica, conhecimento, artes, amor e todos os ensinamentos maravilhosos que nossos queridos antepassados nos transmitiram, seja o legado que, de maneira digna e atualizada, deixemos como legado para nossos filhos e descendentes. Assim, que hoje seja  um dia de alegria, ao rememorar tantos momentos felizes que compartilhamos com pessoas tao queridas.


quarta-feira, 31 de outubro de 2012

New York, cataclismas naturais como num Filme B # Uma Nova Idade Média


New York, oct-2012 Furacao Sandy (Photo:NYTimes)
Email de irmã, em New York, durante passagem do furacão Sandy:

Estamos bem mas sem energia e internet; nosso vôo ta previsto para amanha mas o aero ta fechado - acredito ate que pela falta de funcionarios. Os metrôs estao inundados e pra carregar celular conectar só em lojas. Mas tudo tranquilo 

* O consagrado Humberto Eco (um dos maiores escritores e jornalista moderno), num. Ensaio  “Uma Nova Idade Media” mostra o quanto  somos vulneraveis e dependentes desas coisas: telefonees, televisao, cel, internet,metrô,elevador, enfim, coisas da vida diaria -  essenciais para funcionamento de enormes conglomerados urbanos como New York (SP, Rio, Londres, outras grande metropoles, e, de maneira mais ampla,  grande parte de nossa civilizaçao nos dia de hoje). Simplificando: sem a eletricidade - incorporada à nossa vida diaria ha menos de 200 anos, e que achamos coisa mais natural do mundo, ficariamos perdidos e nossos sistemas correriam serio risco de colapso caso coincidíssem outras catastrofes naturais, falhas humanas etc. Se isto vale para paises de 1.o mundo, organizados e acostumado por seculos com fenomenos da natureza, seria nada agradave imaginar algo assim em nosso país, onde uma simples chuva,  incendios nao debelados, - sem falar em dezenas de mortes em estradas - ceifam centenas de vida a cada ano. 
Memo sem alarme, vamos ficar atentos a  esse cenario tipo Filme B que aconteceu decada passada New Orleans e agora em New York - com bem menos danos, talvez pela topografia e infraestructura menos vulneraveis…. Felizmente sao coisas que nos parecem remotas em nosso país, e que assim seja.

Vale aqui recordar a letra de música gravada pelo 14 Bis, mas que permanecerá sempre atual:

Uma Nova Idade Media    (Vermelho-F.Venturini-Chacal)

Cada vez que a vida me parece sem saida
Eu procuro logo me lembrar
Magicas palavras de um velho alquimista
Um dia o ouro ao pó retornará

De que vale violencia, orgulho, vaidade
Tudo isto o vento varrerá
Vai viver a vida no meio da tempestade
Quem nao conjugar o verbo amar..


terça-feira, 30 de outubro de 2012

O avesso do avesso….. # Antes e depois da posse (pra quem a carapuça servir...)


ANTES DA POSSE

O nosso partido cumpre o que promete.                                                                                                          
Só os tolos podem crer que                                                                                                                                  
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar os nossos ideais
Mostraremos que é uma grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo da nossa ação.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
as nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos os nossos propósitos mesmo que
os recursos econômicos do país se  esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.

DEPOIS DA POSSE =>   Ler o mesmo texto acima, DE BAIXO PARA CIMA, linha a linha.